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segunda-feira, 24 de setembro de 2012
são paulo
para a cidade amada
madrugadas
e escuros
a privilegiam
estende-se
vagarosa e plena
sobre vontades
nossas
de pátria
seu cinza salgado
ñ perdoa cores
ou voz
de ninguém
ela é a cara
em carrara esculpida
cagada e cuspida
do mar que ñ tem
sábado, 22 de setembro de 2012
para ale safra e susanna
como em sauna
ana sua
não se acalma
mesmo nua
ana nau
não flutua
ana ama
insegura
naufraguras
sob o sol
em seu corpo
ana atura
o azul fratura
enlua
azara
o azul
de todos os dias
me usa
enruga
o azul
(placa, uniforme, rua, metrô!)
me coloca nua
em fuga
Leda leva a vida
Leda se encarrega
lava a lágrima
contida
Leda não se entrega
não é leve a lida
nem coisa que alegra
leva Leda a v
ida
como quem se eleva
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
alquímico
o cheiro ouro da tua pele
fere
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
enquanto
me olham
e aguardam
todos
um sorriso sincero
eu divago
e desespero
barra da saia
baía de saída
arquipélago
em alto mar
para Ale Safra
sob o peito
sombra
um som
ínfimo
fissurando ao
infinito gelo
dum azul distante
e marinho
depois de um tempo de mar
anzol é âncora
terça-feira, 11 de setembro de 2012
o medo
me tirando
toda de mim
sob as pálpebras
o peso
perene
da perda
minha cabeça
relogicamente
de tempos em tempos
explode!
despenco
do mais alto
pensamento
a cada esperança
inútil
q invento
a cara
milhares de vezes lavada
arrebento
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
rito
bebi para esquecer
lembrei as cores mais vivas
dentro do túnel do copo
o cheiro e o gosto
do corpo
no templo vitral
desse álcool
eu ontem
bebi à última gota
do cálice
para esquecimento
mais póstumo
eu hoje
bebo
sacramentalmente
para fazer-nos memória
novela
ela sentou frente à tv
olhar acima
do painel
da janela
sobre o teto
sob o céu
frente à tv
pra parecer
em paz
e comum
herança genética
ele tentou
que a refeição fosse
com junta
amainou
o tom
sempre alto
da voz
excessivamente rouca
ele orou
sinceramente.
sentou na ponta da mesa
ele fez o esforço maior
deu o que tinha de si
mas a sua dor
mal dita
tinha mais
e ele ñ pôde ser
o que um dia
sonhou
ter em seu pai
sem cura
enfermeço sim
sem afetação
num simplesmente
nu!
cada tropeço sincero
de minha
auto extrema
unção estima
entrego
(sem reter-me)
ao seu olhar desprezo
diante do qual
hoje sempre
adoeço
sempre
no entre
um ambos
que pende
ninguém
jamais
entende
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